Corrente petista quer 'Lula Livre' como prioridade do partido
A corrente majoritária do PT, Construindo Um Novo Brasil (CNB), vai encaminhar nesta
sábado (9) à Executiva Nacional do partido uma resolução que aponta a campanha
“Lula Livre” como prioridade absoluta da legenda para o próximo período. Na
quarta-feira o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril em Curitiba,
foi condenado pela segunda vez pela Lava
Jato. Juntas as penas somam 15 anos de prisão.
Além disso, a CNB vai defender hoje, na reunião da
Executiva, que o PT explicite que é um partido de oposição ao governo Jair
Bolsonaro. A ideia é marcar diferenças com o PDT de Ciro Gomes,
que vai fazer “oposição programática” ao Planalto.
O desafio do PT é fazer colar o “Lula Livre”. Lançada logo
depois da prisão do ex-presidente, a campanha não foi capaz de gerar grandes
mobilizações, como espera o partido.
“Vamos levar para a Executiva que o PT dê prioridade total à
campanha 'Lula Livre'. Nossos quadros vão rodar o Brasil. Fernando Haddad vão
rodar o Brasil. Nossos governadores vão se engajar. Vamos articular isso com
movimentos sociais, artistas e a sociedade”, disse Marcio Macedo, um dos
vice-presidentes do PT.
A CNB, da qual fazem parte Lula, Haddad e
a presidente da sigla, Gleisi
Hoffmann, é a maior corrente interna do PT e detém mais da metade dos
cargos do Diretório Nacional da legenda.
Para ampliar o “Lula Livre” a outros setores da esquerda que
até agora não se engajaram na campanha o PT pretende vincular a luta contra a
prisão de Lula a temas que dizem respeito às liberdades democráticas, retirade
de direitos e outros itens da pauta de oposição a Bolsonaro. A ideia do partido
é mostrar que a prisão de Lula tem como objetivo final fragilizar a oposição a
projetos como as reforma da Previdência, que deve gerar forte debate popular.
A proibição pela Justiça de que Lula participasse do enterro de
seu irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, morto no dia 29 de janeiro,
também será usada como exemplo de que Lula é tratado como exceção.
Eleição direta
A CNB também vai defender que a próxima direção do PT seja
eleita por voto direto. O Processo de Eleição Direta (PED) adotado desde 2004 é
alvo de críticas de correntes minoritárias que preferem a escolha da direção
por meio de delegados e de denúncias de irregularidades que envolvem até o uso
de nomes de filiados mortos nas eleições internas do partido.
Foto: Miguel Schincariol/AFP/Getty

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