OPINIÃO: Quem tem vice Mourão, não precisa de Jean Willys
Desde a corrida eleitoral, o general Hamilton Mourão faz
questão de chamar a atenção para si próprio, na esperança de que o brasileiro
reconheça, nele, o melhor homem para governar o Brasil.
Ele se julga melhor, mais preparado, mais inteligente, mais
culto, mais articulado e, naturalmente, por tantos predicados autopercebidos,
não se aguenta calado. É uma estrela que merece brilhar.
E para isto não importa se se aproxima da esquerda ao
defender o aborto, Lula ou mesmo Jean Willys. Não importa se declara para meio
mundo que a embaixada brasileira não vai para Jerusalém, quando o mundo inteiro
já sabe que esse é um acordo em curso, entre as duas nações, fato que fez, pela
primeira vez na História, um Premier israelense comparecer à posse de um
mandatário brasileiro. Não, não, não. Não há pudores em posicionar-se
publicamente de modo antagônico ao seu chefe, o presidente Jair Bolsonaro.
Mourão ignora tudo isso, porque precisa ficar bem na fita e
provar que é melhor do que o presidente.
O que importa é lacrar, como o adolescente ávido pela
aceitação do grupo.
E Mourão lacra. Diz exatamente aquilo que a mídia histérica
deseja ouvir. Faz a feminista mais empedernida considerá-lo coisa melhor que o
inominável... Bozo.
Já repararam como ele se esforça para não parecer, assim,
tão mau!?Já perceberam como nós temos um vice miguxo!?
Os mais perspicazes já detectaram, no entanto, o Salieri do
Planalto. Bolsonaro convalescendo no Hospital, lutando pela vida, e o vice
lacrando adoidado.
Saiu boletim médico? Corre já pra ver! Equipe ministerial
alinhada com a política do novo governo, consolidada nas urnas? Hora de fazer
afagos à CUT, contrariando declaração de Paulo Guedes!
É simplesmente inacreditável.
Nunca o inimigo esteve tão perto. Jamais o bafo do agouro
foi tão descaradamente imoral.
O general que, sozinho, não se elegeria nem para a
presidência de Grêmio estudantil, se esquece de honrar aquele que o conduziu ao
Planalto.
Esquece-se de respeitar a patente e as urnas. Esquece-se de
que o carisma não é seu, tão pouco os anos de combate.
Definitivamente, quem tem um vice Mourão, não precisa de
Jean Willys.
Com ele no exercício da presidência, as definições de
oportunismo, desrespeito e autoexaltação, infelizmente, estão sendo
publicamente atualizadas com um tremendo sucesso.
Que haja correção e simancol ao vice. E ao presidente
Bolsonaro, prudência de serpente. Porque naquele ninho, em Brasília, ele vai
precisar.
Jornalista, publicitária e Mestre em Linguística.
Atualmente, apresentadora do programa Sem Censura da Rádio Pop FM.

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