OPINIÃO: Depois da crise, cenário político de Conde tem novo protagonista




Quando assumiu a presidência da Câmara de Conde no início deste ano, depois de enfrentar um imbróglio político e jurídico, Carlos Manga Rosa não poderia imaginar o que o destino lhe reservava.


Em pouco tempo presidindo a ‘Casa Cícero Leite’, o vereador de fala calma, espírito manso e postura altamente ‘cerebral’, conseguiu não apenas calar quaisquer desconfianças quanto a sua capacidade de liderança, articulação política e administração. Manga logrou êxito na difícil missão de unir a Casa e permaneceu aliado da gestão quando outros em seu lugar teriam partido. Hoje ele é respeitado e seguido por todos os colegas. Já ouvi alguns deles repetindo a frase: “Manga é o melhor presidente que a Câmara já teve”.

Nos últimos dias o vereador teve que tratar com outra situação delicadíssima. Certamente a mais complicada em sua trajetória política. Obviamente refiro-me aos fatos que levaram a prisão e ao afastamento da prefeita Márcia Lucena. Nas próximas linhas quero falar sobre a postura do vereador que foi prefeito por alguns dias, despertou curiosidade de muitos e pode ter se tornado um novo protagonista no universo político de Conde.  

Na manhã da terça-feira (17) a Paraíba acordou com a hecatombe deflagrada pelo GAECO e Polícia Federal. A ‘Calvário – Juízo Final’ despertou o Estado com a polícia na rua, mandados de busca, prisões e muita confusão. O Conde inteiro foi abalado e Manga Rosa permaneceu tranquilo, gélido, quase que inerte.

Dialogamos, nos preparamos para emitir uma nota, mas ele mandou esperar. Disse que não faria nada até que a audiência de custódia delineasse o real cenário. Ficava claro que o tempo inteiro ele agiria com respeito, prudência e zelo ao povo de Conde. 

Mas obviamente a pressão começou e ela veio ‘de todos os lados’. Uns queriam que ele tomasse posse logo e que imediatamente utilizasse o ‘poder da caneta’ para de uma vez só exonerar todos os colaboradores da gestão. Outros queriam que ele fizesse juras de fidelidade a prefeita e que garantisse a permanência de todos. E ele o que fez? Deixou bastante claro que naquele momento nem um, nem outro seriam atendidos. Ele nem seria um 'vingancista' oportunista, nem um capacho servil. 

Foi primeiro visitar o pai da prefeita. Era alguém que carecia de solidariedade e respeito. Ao voltar pediu-me para emitir uma nota. Fez questão de avaliar cada palavra. Normalmente ele confia cabalmente em meus textos. Mas dessa vez quis pesar o impacto do que era dito. Fez uma ou outra alteração pontual e mandou publicar.

Na manhã da quarta-feira lá estava Manga Rosa. Calmo, embora pressionado. Tranquilo, embora tendo milhares de coisas para resolver. Sereno, mesmo que recebendo um turbilhão de informações e pressões de todos os lados. Acreditem, ele foi comprimido, encalcado, cobrado e obviamente, bajulado. Em todo tempo permaneceu lúcido, tranquilo e altamente cerebral. 

Na posse, discursou sobre união, esforço, compromisso, paciência. Manteve uma fala mansa, tranquila e sensível as necessidades do povo. Manga trouxe uma palavra norteada de segurança e estabilidade em meio a tantos rumores de que o ‘Juízo Final’ devastaria o Conde. Ele garantiu que manteria a política implementada pela gestão. Mas também garantiu que se ajustes fossem necessários, os faria mediante diálogo e sensibilidade.

Ainda havia desconfiança e na primeira reunião com o secretariado ele deixou bem claro que manteria o cronograma da gestão intacto, que salários, obras, pagamentos seguiriam normalmente. Manga estava respondendo na prática a pergunta sobre manter equilíbrio e respeito. Mas ele também disse que faria ajustes necessários no momento certo. Coisas bem pontuais e que não comprometessem o andamento da gestão. Ele estava dizendo de modo simples que sabia o que estava fazendo.

Relatados os fatos quero chamar atenção para as respostas políticas muito práticas que Manga Rosa deu. 

A quem achava que ele era manipulável e influenciável (de todos os lados), Manga se mostrou ponderado, decidido e extremamente coerente. Não saiu demitindo e causando um caos político/administrativo, não foi oportunista e irresponsável, mas deixou claro que teria imprimido seu ritmo, seu modo de administrar.

Manga Rosa mostrou que é possível agir com serenidade e firmeza, sem rompantes de coronelismo, sem canetadas desvairadas e sem obediência cega e insana.

Ele volta nessa segunda-feira para a Câmara de Vereadores sem ter tido tempo (até porque esse não é o momento) de mostrar-se gestor do município, deixou, porém, boas impressões; alimentou as expectativas de muitos e obviamente entrou definitivamente no campo das conjecturas. Como seria o Conde governado por Carlos Manga Rosa?

Em um cenário que agora está completamente incerto, com candidaturas da oposição que não conseguem efetivamente cair nas graças do povo e com Márcia Lucena enfrentando dificuldades no campo jurídico e que podem lhe trazer problemas nas próximas eleições, Manga Rosa pode passar a ser o ponto de equilíbrio que a política de Conde precisa. De repente ele pode ser um 'perfil muito interessante', tanto para a oposição quanto para a situação. 

Minha vó costuma dizer que ‘conselho é como café, toma quem quer’. Então como alguém que observa o cenário vou dar um conselho e que ele seja como café: Márcia Lucena e oposicionistas de Conde: Carlos Manga Rosa cresceu imensamente nesse momento de crise e todos vocês podem precisar muito dele. O 'café' está aí. Bebam enquanto está quente!

Se ele será de fato protagonista em 2020, apenas o tempo de dirá, mas que a temporada pode ser de Manga, ah, pode!


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Caco Pereira
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