Um cristianismo de ódio não condiz com aqueles que abraçaram a cruz




Seguir a Cristo e ser seu discípulo só é possível, porque Deus demonstrou seu amor por nós, por meio da Sua morte na cruz do Calvário. A cruz indica aquilo que Jesus fez em nosso favor, e nos exige uma resposta. Como Ele morreu nos fornece o padrão de como aqueles que O seguem devem moldar suas vidas.

Abraçar a cruz significa receber a salvação, que Ele proporciona. Identificarmo-nos com a Sua morte e participarmos dela, tornando-a um referencial que ordena nossas vidas. Jesus disse àqueles, que procuram segui-Lo, que, se quisessem, teriam que carregar sua própria cruz, o que significa identificação e participação da sua morte (Lc 14:27). Como no batismo, amoldar-nos com Jesus em Sua morte, participamos com Ele, e imitamos sua atitude de sacrifício.

Abraçar a cruz de Jesus é mais do que orarmos para que os nossos pecados sejam perdoados. Tornar-se um discípulo exige não apenas abraçar a salvação que Ele concede, mas também abraçar a maneira como Ele morreu. Sua morte não apenas oferece benefícios salvíficos, mas também um modelo de como devemos orientar nossas vidas. Nesta linha, Brian Zahnd afirmou: “Se olharmos para a cruz apenas como algo que Cristo fez por nós, em vez de segui-la como um padrão, teremos um cristianismo distorcido.”

Identificamo-nos com Cristo, assumindo nossa própria cruz, permitindo que essa postura de identificação centralize e defina nosso testemunho. Parecemos mais e mais com Ele, quando tomamos nossa cruz e seguimos os seus passos.  
        
O que a morte dEle nos ensina? Auto sacrifício e amor pelos inimigos.  Jesus demonstrou amor por aqueles que não mereciam e provavelmente não retribuiriam Seu amor. A imagem de Cristo pendurado no madeiro precisa se tornar não apenas o lugar aonde vamos a fim de ter nossos pecados perdoados, mas o lugar a que vamos, para aprender a maneira de como segui-Lo. Estendendo o amor àqueles que não merecem, e ter como objetivo principal o bem dessas pessoas. Refletindo o amor que Deus tem por nós, um amor em forma de cruz.

Quando amamos aqueles que não gostam de nós e nos podem ver como inimigos, rejeitamos intencionalmente o padrão de um mundo que entende o amor como algo a ser praticado apenas com base em quem o devolverá. Assim andaremos na contramão da história, como Jesus, que demonstrou amor por aqueles, que Ele sabia previamente que não devolveriam.

Quando abraçamos a cruz como modelo do verdadeiro amor, nesse momento estamos pegando nossa própria cruz e dispondo-nos a seguir o padrão que Jesus iniciou. Ser discípulo é muito mais do que aceitar o perdão de Cristo, obriga-nos a adotar a Sua postura sobre o amor aos inimigos. Nessa perspectiva, entristeço-me, quando vejo os cristãos dos nossos dias, destilando ódio e desejo de destruição daqueles que vivem no pecado. Ao contrário, Jesus morreu pelo ladrão na cruz, bem como por todos os seus inimigos. Que tipo de cristianismo estamos vivendo?

No sermão da Montanha, (Mt 5-7), Jesus profundamente conectado com a sua morte, explica aquilo que será exigido dos seus discípulos. Ele falou: "Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo. Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem.” Jesus não apenas falou sobre esse tipo de amor radical, mas o demonstrou em todo o seu ministério público, culminando em sua morte na cruz. Provou ser a demonstração mais poderosa de Seu amor. A essência de seu ensino, tanto na vida quando na morte, revelou  que não devemos retribuir da mesma maneira que recebemos. Não somos chamados para viver um cristianismo que incita ódio, mas prega e vive o verdadeiro amor. Difícil, não é? Mas esse é o projeto de Cristo para sua igreja.

A cruz nos apresenta não apenas os meios de perdão e reconciliação, mas também um padrão de vida para aqueles que nasceram da própria vida de Deus. Quem abraçou a cruz de Jesus é chamado para continuar vivendo o amor como Ele demonstrou durante seu ministério público, revelado com toda intensidade, quando pendurado no madeiro declarou: “Pai, perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem.”

Por fim, somos chamados a abraçar o exemplo de Cristo, permitindo que ele nos defina como seus discípulos. Aprendendo a deixar de lado nossa maneira carnal de viver e adotar a nova vida que recebemos nEle, por meio da experiência de sermos perdoados, quando não merecíamos. Fazendo então que esse perdão imerecido, demostrado pela cruz de Cristo, encontre expressão em nós, para que cumpramos as suas palavras: “Nisto saberão que sois meus discípulos, se amardes uns aos outros.”  Pegue a sua cruz e siga a Jesus, amando uns aos outros e aos inimigos. Deus é amor e o evidenciou, dando o Seu Filho para morrer na cruz, a fim de salvar os seus inimigos, todos nós pecadores.


Rev. Liberato Pereira dos Santos





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