Mãe e padrasto de menino torturado em Boqueirão são presos
Foram presos o padrasto e a mãe do menino
de sete anos que era acorrentado e torturado na cidade de Boqueirão, a 146
km de João Pessoa. Maria Aparecida Sousa Silva e Edilson Cosme Albuquerque
foram presos por força de mandados de prisão preventiva expedidos a pedido da
Polícia Civil.
Os suspeitos foram encaminhados para delegacia seccional da
cidade de Queimadas. A informação foi confirmada na manhã desta quinta-feira
(18) pelo delegado Iasley Almeida, responsável pela investigação do caso.
A criança de sete anos deu entrada no Hospital de Emergência
e Trauma de Campina Grande, em estado de desnutrição e com ferimentos no dia 10
de julho. De acordo com a Polícia Civil, a criança estaria sofrendo maus-tratos
praticados pela mãe e pelo padrasto. O laudo
finalizado pelo Núcleo de Medicina e Odontologia Legal (Numol) confirmou que a
criança sofria agressões físicas prolongadas e contínuas, o que se
configura como tortura.
Conforme explica Márcio Leandro, chefe do Numol, no momento
do exame o menino estava muito debilitado, desnutrido e com um quadro de anemia
profunda. "Tinha lesões por todo corpo, nas costas e lesões nos glúteos, o
que indica que ele passou bastante tempo imóvel, imobilizado, por estar
acorrentado. As agressões foram tão prolongadas que se tornou tortura",
explica o chefe do Numol.
A criança
deve passar por cirurgias plásticas após tratamento dos ferimentos no
Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande. Segundo informações
repassadas pela unidade de saúde, o menino tem um ferimento tão grave na cabeça
que vai precisar passar por uma cirurgia plástica para reconstituir o tecido
lesionado. O diretor-técnico do hospital Gilney Porto, explicou que é preciso
primeiro esperar a cicatrização dos ferimentos.
De acordo com Márcio Leandro, uma reavaliação precisa ser
feita na criança para que sejam identificados os graus das lesões que devem
permanecer no menino. No entanto, isso só vai acontecer após a cirurgia.
O menino de sete anos permanece internado no Hospital de
Trauma de Campina Grande, com estado de saúde considerado estável. Ainda não há
previsão de receber alta médica.

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