SOLIDARIEDADE: Calebe faz cirurgia na França após família arrecadar R$ 180 mil em campanha
Aos nove anos de idade, Calebe Heimer conseguiu passar por
uma cirurgia para retirada de uma espécie de tumor do cérebro, na França, após
a família arrecadar cerca de R$ 180 mil por meio de uma campanha, em João
Pessoa. A arrecadação envolveu a criação de três contas só para receber
doações, de perfis específicos nas redes sociais e de uma vaquinha online.
Estresse e dores abdominais apontaram, quando Calebe era
ainda bebê, que ele tinha uma epilepsia rara. Contudo, em 2017, ao buscar
especialistas em São Paulo, os pais do menino, João Heimer e Saduélma Ramalho,
descobriram que se tratava de um hamartoma hipotalâmico.
Segundo o relato dos profissionais que acompanhavam Calebe à
época da campanha, as crises que ele tinha eramcausadas por uma malformação na
região do hipotálamo, responsável por funções como produzir hormônios,
controlar o apetite e a temperatura do corpo. Com isso, em alguns dias, a
criança chegava a ter 10 crises convulsivas.
Para que a malformação fosse curada, o menino precisava
passar por uma cirurgia e, segundo a mãe dele, o melhor procedimento
recomendado deveria ser feito no exterior. Com a quantia necessária arrecadada,
ele foi operado no dia 14 de maio. Sanduélma relatou que o pré-operatório foi
um momento difícil.
“E aí ele [o médico] começou a enumerar as sequelas que
poderia trazer para Calebe, e as sequelas eram inúmeras. Terminou de falar, que
ele estava falando e o tradutor traduzindo nesse momento, e ele perguntou o que
era que a gente tinha para dizer e eu não falei nada. Somente as lágrimas
começaram a cair do meu rosto e ficou aquele ambiente dentro da sala e eu só
chorei, porque eu não tinha mais o que fazer”, disse.
De acordo com o pai, ver Calebe entrando na sala de cirurgia
foi mais difícil do que conseguir arrecadar o valor necessário para realizar o
procedimento.
“Naquele momento eu entendi que não era o dinheiro, o
dinheiro foi o mais fácil, apesar de que houve toda uma campanha. Mas é que, a
partir daquele momento ali, ele podia vir com sequelas. E o médico pediu que eu
ficasse naquela porta e ele entrou com aquelas pessoas, sem conhecer a língua,
sem falar nada”, contou.
Conquistas
Os pais contaram que, após quatro horas de cirurgia, o
resultado foi um sucesso e que, desde então, o menino não tem tido mais crises,
nem apresentou sinais das possíveis sequelas que a equipe médica havia
indicado.
“Chegou no terceiro dia, após a cirurgia, ele já queria sair
do hospital, já queria sair daquele lugar. Então eu já comecei a ver que não
tinha havido nenhuma sequela, ao contrário, ele voltou a ser a mesma criança
alegre e melhor, agora com uma perspectiva bem melhor do que antes”, afirmou o pai.
Em processo de recuperação, mas já com energia para passear
na granja onde mora, brincar com as cadelas que tem e assistir desenho, Calebe
quer realizar os sonhos. “Quero aprender a ler e estudar. Eu quero ser um
cientista”, contou.


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