Haddad reconhece "situação muito difícil" e diz que não vê Lula como "oráculo"
O ex-prefeito e candidato a vice-presidente na chapa de Luiz Inácio
Lula da Silva, Fernando Haddad (PT), disse nesta quinta-feira (9) que não
vê problema em consultar Lula na eventual hipótese de ele próprio vir a se
tornar o candidato petista à Presidência. O ex-ministro, no
entanto, garantiu que não vê Lula como um "oráculo" capaz de dar
respostas para tudo.
"O que o Lula ensina, mais do que a decisão, é o
método de decisão. Eu não acho que o Lula tem respostas para os problemas
brasileiros de dentro de uma cela ou de dentro de um gabinete. O Lula tem um
método de trabalho, que é o de chamar as partes interessadas e, quando o
assunto estava maduro, ele tomava a decisão. Eu não vejo o Lula como um
oráculo. Ele é uma liderança política que ensina muito a um processo de tomada
de decisão com robustez", afirmou Fernando Haddad ao representar
o ex-presidente durante evento organizado pelo banco BTG Pactual.
Haddad reconheceu que a situação da candidatura de Lula é "muito
difícil", mas voltou a defender que o ex-presidente, preso desde
abril em Curitiba, tenha o direito de disputar as eleições.
"A nossa situação é muito difícil, mas nós não vamos
facilitar a vida dos nossos adversários jogando a toalha. Nós vamos explorar
todas as possibilidade em função do 'casuísmo' com o qual o Lula foi
tratado", afirmou.
O vice-candidato disse ainda lamentar a postura do PSDB
em relação à condenação de Lula , usando como exemplo
(daquilo que ele esperava) sua própria relação com o candidato tucano à
Presidência, Geraldo Alckmin. Para o petista, "o PSDB fez um péssimo
negócio" por não "defender a honra de seu adversário".
"Quando uma pessoa tem uma reputação questionável,
você fica sabendo. Se me perguntarem sobre o Alckmin, eu vou dizer que, em
quatro anos de convivência, eu nunca vi um empresário sequer sugerir uma
conduta equivocada do Alckmin . Eu acho que é assim que se constrói
um País", disse Haddad, que lidou diretamente com o tucano durante o
período em que um estava à frente da Prefeitura de São Paulo e o outro, do
governo estadual.
Fernando Haddad exaltou método de trabalho de Lula e defendeu sua candidatura à Presidência
Em sua explanação a empresários e investidores convidados
pelo organizador do evento, Fernando Haddad falou sobre o plano da chapa
PT-PCdoB para recuperar a economia e destacou mais de uma vez a educação e o
crédito como "ferramentas indispensáveis para o combate às
desigualdades".
"Estamos em um momento crucial da vida
nacional. O Brasil é suficientemente grande e importante para responder a
estímulos corretos, recobrar a cofiança dos investidores e definir uma rota de
desenvolvimento sustentável com inclusão, com ampliação do mercado de consumo
de massa, com expansão do crédito para as famílias e para os
investidores", avaliou.
Ainda no tema economia, Haddad propôs "mudar um
pouco a composição da carga tributária" para aliviar a cobrança dos mais
pobres e defendeu a realização de uma reforma da Previdência, mas em
termos diferentes dos propostos pelo governo Michel Temer (MDB).
"A nossa proposta para o ano que vem é tratar dos
regimes próprios de Previdência, que é o problema mais urgente e vai
contar com o apoio de prefeitos e governadores. Que vai contar com a
compreensão de servidores que não estão recebendo sequer os seus salários.
Portanto, é uma agenda que interessa a todos", defendeu o petista.
"Nós entendemos que o próximo presidente não sairá
com a força imaginada das urnas. Vamos ter que construir uma agenda em comum. Vamos
ter que construir uma agenda inclusive com a oposição, qualquer que seja ela.
E, se nós formos bem sucedidos nessa agenda, a economia vai reagir muito
prontamente", finalizou Fernando Haddad .
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