Hospital cria teste de detecção de covid-19 para uso em larga escala
O Hospital Israelita Albert Einstein desenvolveu um novo
teste para detecção de covid-19.
Divulgado nesta quinta-feira (21), o exame, segundo o hospital, não apresenta
casos de falso-positivo e tem um volume de processamento de até 1.536 amostras,
ou seja, 16 vezes maior do que o método RT-PCR, tido como padrão em vários
países, pode oferecer.
“A nova tecnologia
amplia a capacidade mundial de diagnóstico, início rápido de tratamento e
de isolamento dos doentes e contactantes”, disse Sidney Klajner, médico e
presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.
Desta forma, o exame pode ser uma alternativa para a
testagem da doença em larga escala. A previsão é de que esteja disponível para
entrar na rotina do laboratório do hospital paulistano dentro de três semanas.
A análise dos resultados do exame é realizada por meio de
uma plataforma de bioinformática chamada Varstation, também criada pelo hospital.
Segundo o bioinformata Murilo Cervato, um dos responsáveis pela patente no
Einstein, os resultados ficam prontos em três dias, mas as equipes já trabalham
para reduzir este prazo.
Como é feito o teste
A coleta é feita por hastes flexíveis em contato com a
saliva ou região nasal. Na sequência vem a obtenção do material genético do
vírus (o RNA), que leva cerca de 30 minutos, com o uso de reagentes de acordo
com protocolo feito pelo Albert Einstein.
Em seguida, para amplificar o material genético, os
cientistas usam uma enzima para transformar o RNA do vírus em DNA complementar,
chamado de cDNA.
Para a fase de biblioteca de sequenciamento, utilizam-se de
fitas simples de DNA (os primers universais) para ajudar na amplificação do
material genético em 100 milhões de vezes. No sequenciamento do DNA, se
determina a sequência de letras que compõem o genoma completo do vírus.
Por fim, a análise dos dados é feita em uma ferramenta também desenvolvida pelo hospital paulistano, por meio de uma sequência de instruções computacionais, compostos por um algoritmo de inteligência artificial que identifica os pacientes e seus respectivos resultados, que saem em até três dias.
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