Ex-prefeito de Catingueira Albino Félix é denunciado por suposta fraude em licitação
O promotor de Justiça, José Leonardo Clementino Pinto, em
substituição cumulativa na comarca de Piancó, ofereceu, no último dia 11,
denúncia à Justiça local contra o ex-prefeito de Catingueira, Albino Félix de
Sousa Neto, e o empresário Jonielson Bento da Costa por supostamente fraudarem
um processo licitatório realizado em abril de 2013, início de mandato. O
certame, na modalidade Pregão Presencial, destinou-se à contratação de empresa
voltada à prestação de serviço público de limpeza urbana da cidade.
De acordo com a denúncia que teve como base um inquérito
policial, o prefeito e o empresário, que é sócioadministrador da empresa LC
Consultoria, Assessoria e Tecnologia da Informação LTDA ME, teriam fraudado o
certame mediante “ajuste e combinação” e desviado R$ 17,5 mil dos cofres
municipais, valor que favoreceu a empresa e os próprios denunciados.
A suposta fraude foi detectada a partir de uma análise no
edital do processo licitatório, que exigia das empresas interessadas em
participar do certame, sob pena de não serem habilitadas, a comprovação de que
possuíam condições técnicas (veículos automotores) para prestação do serviço de
coleta de resíduos sólidos em Catingueira, mas, mesmo apresentando declaração
de que não disporia das condições exigidas, a LC Consultoria, Assessoria e
Tecnologia da Informação LTDA ME sagrou-se a vencedora da licitação.
Conforme Leonardo Pinto na denúncia apresentada à Justiça, o
ex-prefeito não apenas escolheu a pessoa jurídica que venceria a licitação,
mas, também, “pode desviá-la em proveito próprio e também da empresa
beneficiária, à medida que, com a dissimulação, o primeiro denunciado majorou,
a pedido do segundo denunciado (fls. 212/213), o preço licitado, corroborando o
dolo em fraudar a licitação e beneficiar a Empresa vencedora, sob administração
do segundo denunciado”.
Outra pista de que a licitação foi um jogo de cartas
marcadas estava apontada no pedido da empresa e a concordância de Albino Félix
de aditamento no valor que inicialmente seria pago pela Prefeitura, antes mesmo
dos serviços começarem, de R$ 17,4 mil para 21.750,00, um aumento de quase R$ 5
mil. No entanto, a LC Consultoria não iniciou os trabalhos de limpeza: realizou
contrato de sublocação da empresa que ofereceu a segunda melhor proposta (R$
17,5 mil) para realizar os serviços. Ou seja, a Prefeitura preferiu pagar mais
caro a uma empresa ao invés de cancelar o contrato, uma omissão que pode ter
esclarecido intenção dolosa do processo licitatório.
O Ministério Público pede que o ex-prefeito e o empresário
respondão criminalmente com base no Art. 90 da Le n.º: 8.666/93 e Art. 1.º,
inciso I, do Decreto Lei n.º: 201/67, na forma do Art. 29 do Código Penal, cuja
pena varia de dois a 12 anos de reclusão. Albino Félix governou Catingueira
entre 2013 e 2016. Ele é sobrinho do ex-prefeito Edvan Félix, que já foi preso
por corrupção e ambos respondem a outros processos na Justiça, inclusive já com
sentenças condenatórias por improbidade.
Fonte Folha do Vale

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