Acidentes com motos continuam liderando, mas atendimentos no Trauma caem 4%
Os motociclistas são responsáveis por mais de 76,5% dos
atendimentos de trânsito no Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador
Humberto Lucena, em João Pessoa. Nestes seis primeiros meses de 2019, foram
3.949 vítimas. Embora seja um número significativo, houve uma redução de 4% em
comparação ao ano passado, quando a unidade registrou 4.121 pessoas vítimas de
acidentes com motos.
Os casos que envolvem pessoas do sexo masculino (3.066) são duas vezes maiores
do que o número de pessoas do sexo feminino (883). No que se refere à faixa
etária, o setor de estatística da instituiçãoverificou que 88% dos acidentes
acontecem entre as idades de 18 a 59 anos (3.455), seguidos por adolescentes
(311), crianças (84) e idosos (99).
De acordo com o diretor do Hospital de Trauma, Leonardo Leite, os acidentes com
motociclistas já viraram uma “epidemia”. "Todos os dias, a hora que você
chegar, independente do dia, você vai encontrar pacientes acidentados que
estavam em motos. É uma endemia que precisa ser controlada, pois, mesmo os
motociclistas sabendo dos perigos que correm não seguindo as regras de proteção
individual, insistem em andar sem capacete, embriagados, bem como em alta
velocidade", relatou.
Leonardo Leite explicou que muitos acidentados ficam com sequelas irreparáveis
e podem até perder a vida. “Adolescentes e jovens estão ficando incapacitados
para o mercado de trabalho e isso é muito grave, pois são pessoas que poderiam
contribuir muito e de forma decisiva em suas funções, mas por causa de uma
regra não cumprida, que muitos acham besteiras, ficam inabilitados para uma
vida inteira”, frisou.
Ainda segundo a análise dos números apresentados pelo setor de estatística da
instituição, os bairros onde ocorrem a maioria dos acidentes na capital
paraibana são: Valentina (174), Mangabeira (167) e Centro (125). Outros locais que
chamam a atenção estão localizados na BR-230 (305) e nos municípios de Santa
Rita (235), Bayeux(234), Mamanguape (122) e Cabedelo (119).
A maioria dos motociclistas internados no complexo hospitalar é por causa de
imprudência, muitos deles não estavam habilitados, não usavam capacete no
momento do trauma e admitiram ter consumido álcool antes de conduzir a moto.
Como foi o caso de Joanderson Monteiro, 21 anos, que estava com o capacete no
cotovelo na hora do acidente. “Estava indo na casa da minha namorada, que
ficava apenas a 3 km da minha residência e não quis colocar o capacete.
Resultado, outra moto colidiu com a minha e acabei no Trauma com traumatismo
craniano, se tivesse com capacete, talvez não tivesse me machucado tanto”,
salientou.
SecomPB
Foto: Walla Santos

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