Professor e militante LGBT é encontrado morto em Pernambuco
Um professor e militante da causa LGBT foi encontrado morto
na manhã deste sábado (29) em um sítio na Zona Rural de Pombos, na Zona da Mata
de Pernambuco. Sandro Cipriano Pereira, de 35 anos, estava desaparecido desde a
noite da última quinta-feira (27), segundo a família.
O corpo foi encontrado por volta das 11h, já em estado
avançado de decomposição, e encaminhado para o Instituto de Medicina Legal, no
bairro de Santo Amaro, no Recife. A causa da morte, de acordo com a Declaração
de Óbito, foi uma lesão na cabeça provocada por um tiro. O documento foi
enviado ao G1 por parentes da vítima.
Através de nota, a Polícia Civil afirma que o caso será
investigado pela Delegacia de Pombos, com a delegada Karolina Dias Martins à
frente.
Sandro era professor do curso de Agroecologia na ONG Serviço
de Tecnologia Alternativa (Serta), e há 20 anos atuava dentro da organização na
causa LGBT e também no campo da agricultura familiar.
O velório começa ainda na noite deste sábado, no Clube
Municipal de Pombos. O enterro acontece no domingo (30), no cemitério
municipal, às 11h.
O presidente do Serta, Germano de Barros, lamentou a morte
do amigo. “Ele era um guerreiro de luta pelos direitos humanos e por construção
de espaço, sobretudo no debate LGBT. Uma perda irreparável pela liderança e
militância dele, especialmente no interior do Estado”.
A família do professor e ativista é toda da Zona Rural de
Pombos. O irmão dele, Vandeido Cipriano Pereira, 51, disse que o desejo de
todos é que seja feita justiça. “Ele era uma pessoa muito boa, não tinha
problema com ninguém. Um menino de qualidade. Só vivia no trabalho dele. Estou
muito chocado e até agora a gente não sabe por que aconteceu isso”, disse.
Os parentes de Sandro também não sabiam sobre nenhum tipo de
desavença ou ameaça. Segundo Germano de Barros, o professor também não falou
sobre nada para os amigos do Serta, mas teria comentado com outro amigo sobre
agressões motivadas por homofobia.
“A gente não tinha nenhuma informação de ameaça, mas hoje um
colega disse que ele comentou que sofreu agressões homofóbicas há algum tempo,
mas não sabemos de nenhum detalhe”, afirmou.
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