Câmara Municipal de Bayeux discute bullyng e segurança nas escolas do município
A Câmara Municipal de Bayeux realizou nesta terça-feira
(30), mais uma Sessão Especial. Proposta pelo vereador Lico, a sessão teve por
objetivo discutir Bullying e segurança nas escolas municipais e particulares do
município.
Diversos oradores se revezaram na Tribuna, discutindo sobre
várias questões concernentes ao tema, tais como prevenção, envolvimento do
poder policial e da família no combate a violência nas escolas e o armamento ou
não de vigilantes, dentre outros pontos.
A Capitã Laura, Coordenadora estadual do Programa
Educacional de Resistência às Drogas e a Violência - PROERD afirmou que “a
segurança na Escola é uma responsabilidade de todos. É um trabalho coletivo de
professores, diretores, equipe pedagógica, dos pais e obviamente o sistema de
segurança, tanto municipal como estadual. Por isso defendemos uma ação
coletiva, uma parceria da polícia, da escola e da família”, disse.
Para ela muitas coisas que acontecem nas escolas são
resultado de um problema embrionário que vai evoluindo até se tornar uma
violência, um caso grave. “Por isso é importante a ação preventiva, sob a ótica
de que todos temos a responsabilidade de contribuir para a prevenção. É preciso
desenvolver uma cultura de paz. Armar o vigilante não representa solução para o
problema”, argumentou.
O professor João Batista Barbosa, presidente do Conselho
Municipal de Educação, destacou a importância da realização da sessão. Para
ele, este “é um momento ímpar, momento em que discutimos a situação da
segurança nas escolas de nosso município. Esse é um tema extremamente
relevante. Toda prevenção é bem vinda. Sou contra o armamento do vigilante em
nossas escolas. É necessário agir com prudência. É fundamental estabelecer
políticas restauradoras para nossas escolas. Precisamos pensar numa perspectiva
transformadora para nossa educação”, declarou.
Com a mesma visão dos demais quanto ao armamento, a
professora Ivete Sena, respeitada educadora do município afirmou que “além de
equipar as escolas com tudo que é necessário ao ser humano, é preciso estender
a responsabilidade ao seio da sociedade, para que o aluno, ao chegar na escola,
não desconte nos seus colegas e professores, as suas frustrações e problemas
pessoais. Combater a violência não é um papel apenas da escola, mas da família
e da sociedade em geral. Sou totalmente contrária ao armamento, pois para
portar uma arma é preciso ser alguém totalmente equilibrado e preparado. Não
tenho dúvidas de que teríamos um aumento enorme no número de fatalidades”,
pontuou a professora.
O Secretário de Educação de Bayeux, Welthima Figueiredo, se
disse totalmente contra o armamento de vigilantes nas escolas. “Acredito em
ações preventivas, em mediação de conflitos. Acredito que a sociedade em
unidade com a comunidade escolar pode evitar tragédias”.
Anne Suellen, que é educadora social do Serviço Pastoral dos
Migrantes do Nordeste – SPM, além de se posicionar contra o armamento para
vigilantes, citou exemplos do que vem sendo feito pelo SPM como meio de
combater a violência.
“O armamento dentro das escolas não irá acabar com o
problema da violência. Nós do SPM trabalhamos com algumas metodologias como a
mediação de conflitos e as práticas de justiça restaurativa, onde a gente
desenvolve algumas ações preventivas que podem ser trabalhadas dentro do contexto
escolar. Às vezes o que falta é a busca de metodologias mais efetivas e mais
afetivas, onde se aprende a dar voz e vez aos jovens e adolescentes”, disse a
educadora social.
Sobre o bullyng, Anne Suellen entende que “é preciso criar
nos próprios adolescentes e jovens a percepção de que tais práticas trazem
problemas sérios aos seus colegas, de modo a promover mudanças necessárias.
Isso é desenvolvido por meio do processo da escuta”, explicou.
Com mais de 50 anos de vida dedicada à educação em Bayeux, a
vereadora Dedeta exaltou o momento vivido pela Câmara, que vem promovendo
importantes discussões em sessões e audiências públicas. “A Câmara realiza mais uma sessão importante
para discutir um tema tão crucial. Isso mostra compromisso dessa Casa com a
população. Acredito que hoje demos um primeiro passo. Parabenizo o vereador
Lico pela propositura e já estamos encaminhando novos encontros para discussões
tão importantes”, disse.
Sobre o tema discutido, Dedeta se posicionou contra armar os
vigilantes e falou da necessidade de uma educação pautada pelo amor. A parlamentar ainda asseverou que é preciso
atentar para o fato de que a violência não está apenas nas escolas públicas.
“Hoje precisamos ser tudo dentro de uma escola. Sou contra armar vigilantes. Se
nós pudermos fazer uma educação com mais amor dentro das escolas, nós só
teremos a construir uma educação de qualidade. Preocupo-me muito com a
violência que não está apenas na escola pública, mas também nas instituições
privadas”.
O vereador Lico, proponente da sessão, defende o armamento
dos vigilantes, mas afirmou que saiu da sessão com o pensamento reforçado
acerca da necessidade de políticas de prevenção à violência. “Hoje saio com o
pensamento reforçado de que vários fatores, políticas e ações contribuem para a
não violência, assim como a ausência dessas políticas e ações promovem a
violência”, afirmou o parlamentar.
Lico ainda ressaltou a responsabilidade de toda sociedade de
agir de forma a prevenir a violência na escola. “A segurança é dever do Estado,
mas todos devem considerar sua importância. Hoje tivemos um debate muito
importante e ficou claro que precisamos intensificar esse debate para evitar
que casos como o de Suzano e Janaúba aconteçam em nossa cidade”, ponderou.
O parlamentar concluiu falando sobre a Sessão desta terça
como sendo um passo inicial na discussão sobre esse importante tema. “Começa
pela Câmara e permaneceremos de olhos abertos para saber o que vem sendo feito
e o que ainda pode ser feito para garantir a segurança em nossas escolas de
Bayeux, da Paraíba e do Brasil”, finalizou.
Ascom Câmara de Bayeux
Fotos: Jhonn Alves



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