Mulher é chicoteada com fio elétrico pelo marido: "Pensei que ia morrer"
Uma mulher de 28 anos foi chicoteada com um fio elétrico
pelo marido ao lado do seu filho de oito meses em Angra dos Reis, no litoral
sul do Rio de Janeiro. O caso, que aconteceu em 3 de fevereiro, foi revelado na
quarta-feira (13) pela irmã da vítima.
Segundo informações da Polícia Civil, já há um mandado de
prisão temporária expedido na última sexta-feira (8) contra o marinheiro
Uelinton Oliveira, 33. Ele é considerado foragido pela Delegacia de Atendimento
à Mulher de Angra dos Reis.
A vítima, que não quis se identificar por temer retaliações,
conversou com a reportagem hoje (14). "Como qualquer relacionamento
abusivo, não é de agora. Iríamos fazer dez anos de casados em 3 de abril e as
agressões eram constantes", relatou.
"No começo não era assim, ele era uma boa pessoa, um
homem trabalhador e correto. Mas, quando casei, fui vendo. Cheguei até a sair
de casa, mas as pessoas me convenceram a voltar. 'Tem que ter paciência com
ele', diziam. Dei a segunda chance, ele me manipulou e começou tudo de novo, os
espancamentos eram constantes", disse.
Segundo a vítima, Oliveira fez com que ela se afastasse de
todos os parentes por anos. "Quando eu engravidei, achei que ele ia mudar,
mas ele piorou. Qualquer coisa era motivo para tomar porrada",
afirmou.
Ela narra que, na noite do crime, o marido chegou nervoso em
casa. Após uma discussão, ele pegou o fio elétrico e iniciou as
agressões.
"Ele fez um chicote com um fio elétrico de iluminação e
sentou em cima de mim. Estava do lado do neném, tentando me afastar da criança
para protegê-la. Ele não estava nem aí, fez uma chave de pescoço, me empurrou
pro chão e continuou me chicoteando enquanto me sufocava. Pensei que ia morrer,
mas foi Deus quem me salvou", desabafou ela.
Ainda de acordo com a mulher, o marido a trancou num dos
quartos e não deixou que ela tomasse banho. "Depois de passar a noite
em claro, no dia seguinte, fingi que nada tinha acontecido, mas mal conseguia
me mexer ou pegar o meu filho no colo. Assim que ele saiu para trabalhar,
liguei para minha mãe e pedi socorro", contou. "Fui diretamente à delegacia
prestar queixa e fazer exame de corpo e delito", continuou.
A vítima deixou Angra dos Reis com o filho, mas afirma que
ainda teme Oliveira. "Tenho medo de morrer. Ele sempre falava depois
de me agredir: 'eu vou matar você ou quem se meter, qualquer pessoa da sua
família'. Ele é muito perigoso", declarou.
"Não adianta só sair de casa quando você está num
relacionamento abusivo. Você tem que fugir e não dar chance para ele ligar e
tentar conversar. Não pode nem entrar em contato. Porque eles manipulam a mente
da gente, eles trabalham na mente da gente de uma forma que você pensa que está
provocando, que existe um motivo para você apanhar. É uma lavagem cerebral que
o abusador faz na gente", lamentou.

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