Escola em João Pessoa não inicia aulas após diretor ser afastado e alunos protestam por melhorias
Estudantes da escola cidadã integral João Goulart,
localizada no bairro Castelo Branco, em João Pessoa, realizaram um protesto na
tarde desta quinta-feira (14), para reivindicar soluções para problemas
pedagógicos e estruturais da instituição. Na mobilização, os alunos pediram que
o antigo diretor da instituição, que foi afastado, seja renomeado para o cargo.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Educação (SES)
informou que os gestores das Escolas Cidadãs Integrais em todo o Estado são
selecionados por meio de edital e que a nomeação do novo gestor já foi
encaminhada e deve ser publicada no início da próxima semana. A SES declarou
também que uma equipe deve ir à escola nesta sexta-feira (15), para consertar o
telhado.
Em relação aos problemas com ar-condicionado, a nota
esclarece que e Energisa aprovou um projeto do Estudo de Cargas e que, com
isso, a instalação de poste e transformador deve ser feita a partir desta
sexta-feira. Após isso, segundo a nota, a concessionária tem 120 dias para
fazer a ligação do transformador com a rede.
De acordo com uma professora, que preferiu não ser
identificada, após exonerações o colégio ficou sem diretor e sem coordenador
pedagógico. Com isso, os horários letivos não foram montados e as aulas para os
alunos do ensino médio, que deveriam ter começado efetivamente nesta
quinta-feira (14), já que os três primeiros dias foram de acolhida, não
aconteceram.
Segundo ela, o grêmio estudantil foi informado que essas
atividades não poderiam ocorrer, por se tratarem de mais de 20 aulas que
precisam ser organizadas. A profissional contou ainda que os professores
formaram uma comissão e protocolaram um documento na Secretaria de Estado da
Educação, para que a situação fosse resolvida.
A professora ressaltou que o diretor estava trabalhando para
que as melhorias estruturais fossem implementadas. “O gestor atual, que estava
desenvolvendo um trabalho legal aqui junto com a equipe escolar, a comunidade
de alunos, não foi renomeado. E até hoje eles não deram essa explicação
plausível para a gente", disse.
Ela relatou ainda que uma comissão responsável pelas escolas
cidadãs integrais foi até o local, na tarde desta quinta-feira, e, durante uma
reunião, afirmou que não estava ciente desses problemas, informando também que
as atividades no colégio devem ser suspensas temporariamente para que reparos
sejam feitos.
Os alunos
Em setembro de 2018, os estudantes da escola realizaram
um ensaio
fotográfico crítico e bem-humorado para cobrar soluções em relação aos
problemas estruturais do local, como mofo, infiltrações, área com
entulhos e a construção de uma subestação de energia.
Além disso, em maio do mesmo ano os alunos os alunos já
haviam interditado uma das faixas de trânsito da Via Expressa Padre Zé por duas
horas, durante um protesto, devido a problemas com o telhado de algumas salas.
Durante a mobilização da tarde desta quinta-feira, segundo
uma integrante do grêmio estudantil, os alunos reivindicaram principalmente o
retorno do então diretor, Felipe Baunilha, escolhido pelos alunos e
professores, conforme informado por ela.
Preocupação dos pais
De acordo com Maria Luziara Costa, representante dos pais e
mães de alunos no Conselho Escolar, parte dos estudantes sente que os problemas
são ignorados por parte da Secretaria.
“Na cabeça dos alunos, o que eles ficam mais revoltados, é
como se a gestão e também os alunos estivessem incomodando, porque eles
reivindicam por uma boa educação na escola. A revolta dos alunos é essa, porque
eles reivindicam, aí dão uma ‘tapeada’ dizendo que vão resolver e fica tudo do
mesmo jeito”, comentou.
Ela ressaltou que a principal preocupação é em relação à
preparação que o filho dela está recebendo. “Ele está lá desde o 1º ano e está
fazendo o 3º ano, que é um ano muito importante, de Enem [Exame Nacional do
Ensino Médio]. Então já começou o ano sendo prejudicado, não só ele mas todos
os alunos”, desabafou.

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