Carlos Bolsonaro diz que Bebianno não falou com presidente: 'Mentira absoluta'
O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) afirmou nas redes sociais, nesta quarta-feira, que o ministro Gustavo
Bebianno, da Secretaria-Geral da Presidência, não conversou na terça com o
presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista ao GLOBO, o ministro havia
negado que protagonize uma crise no Palácio do Planalto e afirmou
ter conversado, por mensagens, três vezes com o presidente na terça-feira .
"Ontem estive 24 horas do dia ao lado do meu pai e
afirmo: É uma mentira absoluta de Gustavo Bebbiano (sic) que ontem teria falado
3 vezes com Jair Bolsonaro para tratar do assunto citado pelo Globo e
retransmitido pelo Antagonista", disse o vereador no Twtitter.
Minutos depois, Carlos fez uma nova postagem na rede social e postou um áudio
enviado pelo presidente a Bebianno:
"Não há roupa suja a ser lavada! Apenas a verdade:
Bolsonaro não tratou com Bebiano (sic) o assunto exposto pelo O Globo como
disse que tratou." Na mensagem de voz, Bolsonaro se recusa a falar com o
ministro.
— Gustavo, está complicado eu conversar ainda. Então não vou
falar, não vou falar com ninguém a não ser estritamente o essencial. E estou em
fase final de exames para possível baixa hoje, tá ok? Boa sorte aí.
As publicações acentuam os rumores de que Bebianno vive uma
instabilidade no governo. Na terça-feira, o ministro cancelou agenda da tarde,
depois de almoçar com seus assessores no restaurante do Planalto e ter se
recusado a dar declarações à imprensa. À noite, ele se reuniu com o
ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
— Não existe crise nenhuma. Só hoje falei três vezes
com o presidente —disse
Bebianno ao GLOBO, afirmando que a conversa se deu por mensagens no
WhatsApp.
Um dos temas da conversa teria sido o cancelamento de sua
viagem ao oeste do Pará, que ocorreria nesta quarta-feira. Segundo ministro, a
agenda foi suspensa a pedido de Bolsonaro que gostaria de reencontrar seus
ministros na volta a Brasília, após 16 dias internado no Hospital Israelita
Albert Einstein, em São Paulo. Além dele, também cancelaram a viagem o ministro
do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e a ministra Damares Alves, da pasta Família,
Mulher e Direitos Humanos. Nesta quarta-feira, o porta-voz da
Presidência, Otávio do Rêgo Barros, disse desconhecer o pedido de
Bolsonaro.
Um dos mais próximos aliados de Bolsonaro durante a
campanha, Bebianno é desafeto de Carlos, filho mais próximo do presidente. O
parlamentar carioca seria o responsável por advogar junto ao pai para que
Bebianno tenha menos poder no governo.
Na transição, por exemplo, a Secretaria de Comunicação, área
de interesse de Carlos, que tradicionalmente é subordinada à Secretaria-Geral
da Presidência, foi realocada para a Secretaria de Governo, comandada pelo
ministro Carlos Alberto Santos Cruz.
No fim de semana, uma reportagem publicada pela "Folha
de S.Paulo" apontou que o PSL, partido do presidente, destinou R$ 400 mil de fundo partidário para Maria de Lourdes
Paixão, de 68 anos, candidata a deputada federal de Pernambuco que
recebeu apenas 274 votos. Na época, Bebianno era presidente da legenda. Ele
comandou o partido entre janeiro e outubro de 2018. Nesta quarta-feira, a
Polícia Federal intimou a candidata a prestar depoimento sobre a suspeita
de ter sido usada como laranja pelo PSL.
Bebianno afirmou que o deputado federal Luciano Bivar (PE),
atual presidente do PSL e cujo grupo comanda a legenda em Pernambuco, é quem
deve responder sobre Maria de Lourdes. Bivar a teria indicado para receber os
recursos.
— Simplesmente não conheço a candidata. As explicações devem
ser dadas por ela e por Bivar que a indicou. Tudo que a executiva nacional fez
à época foi dentro da lei — disse Bebianno.
Ontem estive 24h do dia ao lado do meu pai e afirmo: “É uma mentira absoluta de Gustavo Bebbiano que ontem teria falado 3 vezes com Jair Bolsonaro para tratar do assunto citado pelo Globo e retransmitido pelo Antagonista.” pic.twitter.com/AqzZ0YPNOO— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) 13 de fevereiro de 2019
Sergio Lima/AFP

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