CONDE: Vereadores pretendem barrar ‘ideologia de gênero’ nas escolas; movimento LGBT promete 'reagir'
Um projeto de lei trouxe ao âmbito municipal em Conde uma
discussão que toma conta do país e divide opiniões. O professor deve orientar a
sexualidade das crianças e adolescentes nas escolas? Os vereadores Malba (SD),
Daniel Jr (PR), Fernando Araújo (Avante) e Adriano (PRTB) entendem que não e
por esta razão apresentaram o projeto a ser votado na próxima segunda feira
(6), que desautoriza os professores a discutir ideologia de gênero nas salas de
aula.
Entenda. Em 25 de junho de 2014 essa possibilidade foi
descartada no Plano Nacional de Educação – PNE – através da lei 13.005/14, e
não voltará a discussão até 2024. Não dados por vencidos, os defensores da
discussão da ideologia nas escolas tentam, desde então, incluir o assunto via
Plano Municipal de Educação – PME. Em Conde essa possibilidade já havia sido
descartada pelo Conselho de Educação da época, segundo a educadora Ana Paula
Sylon Roy, membro do Conselho na época, mas retornou informalmente este ano
quando vários professores da rede municipal de ensino teriam sido orientados a “se
preparar” para levar o tema às classes.
O vereador Malba explica:
“O projeto de lei é muito específico e não intenciona subtrair direitos
conquistados pelo movimento LGBT. Cada pessoa é livre para ser o que desejar e
é fundamental que a sociedade respeite as diferenças existentes em seu seio. A
religião, a cor, a condição econômica ou a orientação sexual de cada indivíduo
não deve ocasionar discriminação, seja de quem for. No entanto, o ensino da
ideologia de gênero nas escolas pode vir atacar a orientação moral e/ou
religiosa dada pelos pais daquela criança e consequentemente infringir o Pacto
de São José da Costa Rica que determina que os pais têm direito a que seus
filhos recebam a educação religiosa e moral que esteja acordo com suas próprias
convicções [art. 12 da Convenção Americana de Direitos Humanos – CADH]”.
“A Lei de Diretrizes
Básicas da Educação – LDB, e a Base Comum Curricular não preveem a ideologia de
gênero”, esclarece o vereador Daniel Jr., co-autor do projeto. “Esse assunto não é tema de matéria oficial
de educação e nossas crianças ainda não têm condição emocional e intelectual
para tratar disso. Essa lei evita essa discussão de maneira prematura.
Precisamos sair na frente evitando na forma da lei esse tipo de conteúdo que
não engrandece”. O parlamentar acrescentou que essa lei não visa suprimir a
luta do movimento LGBT por direitos sociais, por segurança e por espaço na
sociedade, mas que essa luta tem que acontecer nas ruas, não nas escolas. “A escola é um campo apenas de adquirir
conhecimento acadêmico, a educação moral é responsabilidade dos pais”.
Conclui Daniel que é formado em Gestão Pública.
A ideia de ensinar nas salas de aula que não existe apenas o
gênero "masculino" e "feminino", mas que o indivíduo, neste
caso crianças e adolescentes, é quem decide sua identidade de gênero e que esta
decisão é uma construção social e cultural é rejeitada por 87% dos brasileiros,
segundo apontou o Paraná Pesquisas. No entanto, os 8,6% que aprovam a inserção
deste conteúdo têm intensa militância social, fazendo parecer que a grande
massa os apoia. Conhecendo a rejeição dos pais a ideologia de gênero, os
educadores adotam formas sutis de transmitirem o assunto como a técnica da
transversalidade. Por exemplo, numa aula de Ciências, ao tratar do aparelho
reprodutor, o professor aproveita para explicar aos alunos “como se transa”;
ou, numa aula de Comunicação e Expressão, o professor manda que os alunos leiam
um texto que, a pretexto de combater o “preconceito”, e promove o comportamento
homossexual.
O vereador Adriano de Menudo questiona retoricamente: “Você pai quer que seu filho, ou filha,
receba esse tipo de ‘educação’ na escola?”
O MOVIMENTO LGBT
Circula nos grupos de WhatsApp, um áudio atribuído a
Rodrigues Bão, um dos líderes do Movimento LGBT na cidade, convocando seus
militantes à acamparem na frente da Câmara Municipal de Conde a partir do
próximo domingo (5), a fim de pressionar os vereadores a rejeitarem a proposta
de lei. Já existiria inclusive um grupo de whatsapp denominado “Ocupação da
Câmara”.
O vereador Fernando Araújo, também autor do PL, disse que
antes de se manifestarem é necessário conhecerem o projeto e que dentro disso
os manifestantes devem ser igualmente ouvidos. “Eu não trabalho por pressão, trabalho com diálogo, consciência e
respeito”. Frisou o vereador. “O projeto é relação as crianças e
adolescentes. Não queremos que a sexualidade deles seja direcionada na escola”.
Finalizou.
O QUE DISSE A GESTÃO?
Em resposta ao CANAL DO POVO, o secretário municipal de
Comunicação, Walter Galvão afirmou que nesse momento a prefeitura é expectadora
do processo, e que é legítimo que a Câmara se posicione sobre esse e qualquer
assunto. “O posicionamento da prefeitura
é de expectativa em relação a posição da Câmara. Não nenhum juízo de valor
formado a respeito de uma mobilização legítima da Câmara. O projeto deve ser resolvido
no âmbito da Câmara Municipal”, disse.
Da Redação com Eudes Santiago
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